Somos assim: somos o que pensamos, o que sentimos...e somos acima de tudo, aquilo em que acreditamos!
Nossos ídolos são nossos espelhos...refletem nossa alma, e nos levam ao encontro de nossos desejos, nossos sonhos, nossas fantasias, nosso eu mais profundo...e nos tornam muitas vezes mais fortes, porque acreditamos neles!
Somos assim: sedentos por nos apaixonar, por acreditar, por nos sentir vivos...e é isso que nos torna seres tão incrivelmente sedutores e apaixonantes!

quarta-feira, 28 de março de 2007


"O bicho

VI ONTEM um bicho / Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos. / Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava: / Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão, / Não era um gato,/ Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem." (Manuel Bandeira)

Um olhar além

Eramos eu e meu EU, ontem, em meio à confusão de um terminal rodoviário lotado de transeuntes apressados, de trabalhadores absortos em seus afazeres, de crianças, adultos, jovens, velhos...todos muito ocupados, concentrados, atarantados...é a vida que segue, cada qual em seu curso!
Mas esse meu EU, inquieto que é, decidiu que não queria ver olhos, ver rostos...queria ver mais, ver além, necessitava de uma expiação mais profunda da vida, talvez para tentar compreender algo que lhe incomodava e causava tal inquietude!
Foi então que me lembrei dos versos citados acima...iniciei minha expiação buscando algo que me levasse à uma reflexão sobre a vida...encontrei rugas, encontrei o tempo passado, presente em mãos enrugadas, trêmulas, que examinavam cuidadosamente, uma lata de lixo! Em busca de algo que lhe matasse a fome, talvez, ou simplesmente, num gesto de quem nada mais tem a fazer, senão espiar, vasculhar, examinar o que sobra da fome alheia.
Pensei em pensar no quanto a vida é injusta...novamente vi rugas...novamente o passado, presente em mãos trêmulas e enrugadas, só que desta vez, recolhendo os restos, recolhendo o que sobra da pressa, da correria, da "elegância" do SER humano...certo de que dali, daquele seu gesto que redime um pouco da superioridade alheia, teria garantida sua dignidade, seu título de homem de bem, suas noites de sono tranquilas.
Outra vez me atrevi a pensar no quanto a vida é injusta...e teria insistido nesse atrevimento, em busca das minhas respostas, se não tivesse olhado acima, se não tivesse olhado a vida como um dom de Deus...e, se acreditamos em sua justiça(e eu acredito), então seria incoerente dizer que a vida é injusta.
Talvez a vida não seja injusta, afinal, ou por outra, seja até justa, e nós, egoístas que somos, é que não temos a medida e o senso do quanto fazemos por merecer nosso teco de justiça...cobramos da vida um quinhão que não nos cabe e nos revoltamos com as respostas( merecidas), que nos vêm muitas vezes, em forma de castigos, e que, novamente atrevidos, atribuímos ao bom Deus, que só é bom quando nos atende prontamente em nossas "necessidades", nem sempre tão necessárias.
O que eu quero dizer com tudo isso? Não sei, só sei que é assim!





quinta-feira, 22 de março de 2007

Água, fonte de vida!

"Viemos do pó, e ao pó retornaremos", mas somos 70% água; vivemos no planeta Terra, que é formado por 70% de água, o dinheiro, bem tão valoroso prá nós, não cai do céu, não brota do chão, mas a água, essa milagrosamente cai do céu, e brota do chão...mata a sede, dá vida, alimenta, lava, renova! Temos um instinto natural de acabar com tudo aquilo que nos é vital? será que o homem nasce mal, e aprende a ser bom, ou nasce bom e aprende a ser ruim, muito ruim? Até quando vamos continuar insensíveis e inertes diante da vida que se esvai, que escorre por entre nossos dedos?

A natureza não é chamada de mãe à toa! Ela é generosa, é benevolente, é condescendente...de tão poderosa que é, poderia vingar-se dos filhos ingratos, arrasar-nos com dilúvios, maremotos, tufões, tsunamis, e tantas manifestações de ira e desagrado quanto fossem necessárias, para fazer esses pobres diabos, ignorantes e insensíveis perceberem o clamor tão doloroso da vida! Ao contrário disso, ela nos acolhe, se sofremos com o clima quente, o calor escaldante, a chuva vem, demora mas vem, salva lavouras, alivia nossos corpos, enche os rios, reduz a poluição, nos socorre! E quando a chuva se vai, tratamos de saciar a "nossa sede", enchemos as piscinas, lavamos os quintais, calçadas, calçada do vizinho, "refrescamos" a rua, lavamos os animais de estimação, brincamos com as crianças na água, usamos , abusamos, esbanjamos, e nem mesmo nos lembramos de erguer os olhos aos céus, e fazer uma prece, agradecer a graça, o bem que nos foi gratuitamente ofertado, e pelo qual quase nunca somos cobrados!

Acho que somos naturalmente ingratos, mas pagamos em pequenas parcelas, quase imperceptíveis, pela nossa ingratidão...estamos morrendo de sede, aos poucos, lentamente, dia a dia...e ficaremos, se não abrirmos nossos olhos, e os olhos do nosso coração, órfãos da nossa mãe, que chora silenciosa, a dor dos seus filhos!
Ergo aqui uma prece:

"Senhor, que os olhos da nossa alma nos tirem a trave dos olhos físicos, e abram nosso coração, para o clamor da vida, para a dor da natureza, e que nós possamos aprender ainda, que a matéria de que somos feitos, e da qual dependemos para viver, a água, é um dom, uma graça divina, e cabe a cada um de nós, cuidar para que seja preservada, e para que continue nos socorrendo e nos valendo, nos momentos de alegria, de desespero e de dor!
Que seja assim, hoje, amanhã e sempre!"

Aqui, um link da universidade da água, um site que fala de uma forma clara, e objetiva sobre esse bem tão precioso! Vale à pena conferir.

http://www.uniagua.org.br/website/default.asp?tp=3&pag=filme2.htm


quarta-feira, 21 de março de 2007

Tá decidido, amanhã a Leoa vira águia!
Vou subir minha montanha, mais tarde eu volto!

domingo, 18 de março de 2007


Arte, expressão da vida!

A Arte é a expressão maior dos sentimentos, dos anseios, da alma de um povo!
A cada nota musical, a cada passo de dança, a cada pincelada, cada linha rabiscada...um sonho que se desenha, um desejo que toma vida, uma vida que ganha cor, um silêncio que ganha eco, uma explosão de almas, capaz de abrandar o coração mais rude!
É assim desde que o mundo é mundo, temos em nossas veias a ânsia muitas vezes aprisionada, de vivermos outra vida, de vestirmos outra face, de falarmos outra língua, de sermos o que não somos.
Quem nunca deixou verter uma lágrima ouvindo uma bela canção, de amor ou não, que tocasse fundo na alma, que nos remetesse o pensamento e a emoção à temas profundos, que falassem de amor, ódio, tristeza, sonho, miséria, alegria, e tantos outros?
Quem nunca viajou, nas asas do pensamento, lendo um belo livro, uma bela poesia, com histórias inimagináveis, muitas vezes irreais, mas deliciosamente envolventes?
Quem nunca sentiu-se tomado de uma leveza, de um encantamento, nos passos da bailarina, que ora, parece pairar, leve como a folha da árvore que cai sem a menor pressa, ora, pisa e desliza, com a força e decisão de uma chuva torrencial em pleno verão?
Quem, nunca se contorceu diante de uma obra de arte, virando o pescoço, chegando perto, distanciando-se, tentando compreender as linhas, as cores, os contornos, a mente do artista que enxerga através, adiante, além, muito além da nossa compreensão?
Quem, nesse mundo, seria capaz de negar, os efeitos e conseqüências positivas, que podem ser captados em pessoas que passam a ter um contato mais efetivo com vários tipos de arte? Em tratamentos nos hospitais psiquiátricos, por exemplo, em escolas, muitas vezes de bairros pobres, nas Ongs, onde se trabalha com todo tipo de expressão artística, desde o mais simples artesanato, até a dança, que acaba muitas vezes dando lindas oportunidades à pessoas que jamais poderiam sequer sonhar com isso.
Ah, Deus, às vezes me pego divagando, tentando imaginar... por onde andam, o pensamento e a atenção do homem, que se diz moderno e evoluído, e não se apercebe de algo tão simples e tão fundamental? A necessidade de alimentar a alma e o sentimento do homem, instigar a doçura, ao invés da revolta, a sensibilidade ao invés da dureza, aguçar a curiosidade, ao invés da soberba, provocar a criatividade, ao invés da raiva, da ira, estimular a busca do conhecimento, a sede do saber, essa vontade quase sempre aprisionada que temos, de vestir uma fantasia e sair por aí, de Bethoven à Ana Botafogo, de Platão à Tarcila do Amaral, de Stanislavsky à Rui Barbosa, de Carmem Miranda à Van Gogh, vestidos de sonho, e acreditando que a vida realmente vale à pena!

sexta-feira, 16 de março de 2007


Como, quando, onde?

A pergunta que não quer calar: mãe, o que significa isso? Mãe, onde fica tal lugar? Mãe, como faz isso, ou aquilo? Mãe, eu posso? Por que não? Quando que é? Por que é que ele pode e eu não??
Arghhh, brrrrrrrr, nossaaaa!!!
Aí eu me pergunto: “Por que é que EU tenho que ter todas as respostas? Quem disse isso, onde está escrito?”
E por que é que isso me incomoda tanto?
Eu também não vivo a me fazer um zilhão de perguntas todos os dias? Por que é que o mundo é tão injusto? Por que é que temos que morrer?(tenho um amigo inconformado com isso) Por que temos que fazer primeiro as obrigações, e depois cuidar, se der tempo, do prazer e do lazer? Por que não fazemos o inverso, lazer e prazer antes, e, só depois, e, se der tempo, ou vontade, as obrigações?... o próprio nome já diz tudo...se são obrigações, não fazemos de bom grado, o que significa que mesmo que sobre tempo, a vontade não vai ajudar, e com certeza elas ficarão prá outra hora, outro dia, adelante! Hum, acho que acabo de encontrar a resposta para uma de minhas questões...que chato isso.
De onde vêm tantas perguntas? De onde vem esse espírito questionador, essa vontade lancinante de saber todas as respostas, de conhecer todos os mistérios, de desvendar todos os segredos?
Teria sido Eva, nossa instigante preceptora nesta arte? Já que certamente, ao receber a ordem de não comer do fruto proibido, deve ter se perguntado: “Por que não?”.
Bem, isso é uma pergunta ainda sem resposta, como tantas outras, mas o fato é, que sem as perguntas, estaríamos hoje ainda, sabe-se lá onde, em que estágio da nossa evolução...com certeza todas as grandes descobertas e invenções da história, passaram pela fase dos questionamentos...o que terá passado pela mente do primeiro “homem das cavernas” que esfregou as pedras originando o fogo? Por que ele terá feito aquilo? Será que ele pensou no que aconteceria, ou será que foi apenas instinto? Teoria da evolução ou Teoria da criação? De onde viemos, afinal? O que teria acontecido, se Einstein, não tivesse se perguntado acerca da atração que a Terra exerce sobre os corpos? Sem a Teoria da Relatividade(e outras tantas de Einstein, e de tantos outros), onde estaríamos hoje?
Então tá, é mais do que certo, que pelo menos na maioria das vezes, os fins justificam os meios, e as perguntas são de extrema importância nessa nossa vidinha complicada e tão cheia de incertezas!
Afff, então deixa eu ir lá, resolver as duvidazinhas do meu filhote, de repente, eu estou colaborando para o nascimento de mais um grande gênio questionador e inovador nesse mundão de meu Deus, né não?
Longe de mim atravancar o curso da história!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Hoje

Hoje eu não vou poetizar, nem divagar...não vou questionar, nem fazer graça...
hoje eu só quero viajar nessas minhas asas...sentir meu corpo planando... quero a leveza do riso infantil, a suavidade da brisa no campo, quero a alegria de uma primavera, e a tranquilidade das folhas de outono, que caem sem pressa, seguindo o curso natural da vida...hoje eu só quero esperar, esperar que o amanhã chegue, esperar que esse dia passe, esperar que meu coração se aquiete, que minha alma serene, e que meus olhos sequem!

quarta-feira, 14 de março de 2007

DIA DA POESIA

A todos os amantes dessa deliciosa arte, um FELIZ DIA!!


Vou me calar


Estou só, e acho que o mundo já não me ouve...Falo mas ninguém me escuta, grito mas ninguém se importa...

Minha presença parece não fazer diferença, minha voz parece não ressoar, então eu me calo.

Já não me importa ser ouvida, já não espero mais dos outros, estou só no meu abismo de idéias e uma folha virtual é agora meu refúgio...

Vou escrever, escrever, escrever...até que a garganta seque, que os olhos se cansem, que as mãos se esqueçam, e as idéias, se tornem memórias de uma vida triste e silenciosa.

segunda-feira, 12 de março de 2007


NEM MORTO!

Seguindo os dogmas do catolicismo, estamos na quaresma...tempo de reflexão, de arrepender-se dos maus feitos, de fazer penitência. Apesar de não guardar os sagrados e dolorosos 40 dias, esse, também é, para outras religiões cristãs tempo de oração, introspecção, tempo de reviver o sofrimento de Jesus, e as esperanças da sua Ressurreição!

Maaaassss, como é comum nessa nossa vidinha sem graça, uma coisa leva à outra, que leva à outra, que muitas vezes, nos leva à lugar nenhum.

E de repente, me peguei pensando em situações que nada têm a ver com o assunto, e ao mesmo tempo, têm tudo a ver! Vai entender!

Primeira situação:

Um figurão da "alta auta sociedade", isso mesmo, "alta" por que está no topo, e "auta" porque acha que se basta. Morreu, bateu as botas, passou dessa prá uma melhor, feneceu...pensando bem, esquece o feneceu, é poético demais pra´um figurão, esticou as canelas! Melhor assim!

Mas vamos lá, vamos ao derradeiro velório. Tem coisa mais intrigante e instigante do que um velório? Se você nunca parou prá observar, o faça no próximo em que estiver...se bem que eu não lhe desejo que esteja em um tão cedo! E vamos à situação, que as idéias já me estão a fenecer...

Família reunida, viúva aos prantos, filhos inconsoláveis, amigos, funcionários, amigos dos amigos, amigos dos filhos, todos muito consternados, tristes mesmo...lencinhos (de papel) em punho, óculos escuros, nada de deixar à mostras as olheiras, ou a falta delas!

E o morto lá, descansando em paz!

Pouca ou nenhuma criança, sei lá, esse povo não leva criança nesses lugares, elas sonham depois, dão um trabalho! Sem contar que ficam fazendo perguntas, deixa as crianças no play!

E os comentários? Bem pertinho do caixão:

"Coitado, tão bom, tão cheio de vida, um pai exemplar, um marido carinhoso, um patrão justo, ah, que sua alma descanse em paz!"

E mais afastado um pouco:

"Será que ele fez testamento?" "E a amante, será que vem? Safado!" "Carrasco FDP, já foi tarde!"

E o morto lá, descansando em paz!

Segunda situação:

Um empresário de médio porte, a famosa classe média, média alta, prá valer a pecha de mediano, medíocre, nem la´nem cá!

Situação parecida, a viúva chorosa, menos um pouco, mais comedida, mais conformada, filhos tristinhos, amigos dos filhos solidários na dor, colegas de trabalho, amigos, alguns empregados, alguns credores(claro, não se deve perder oportunidades), todos tristes, solidários com a família!

E o morto lá,descansando em paz!

Algumas crianças, bonitinhas, cabelinhos arrumadinhos, roupinhas engomadinhas, comportadinhas, e quando não, debaixo dos olhos atentos dos progenitores! "Nada de me fazer passar vergonha, heim?"

E os comentários?

De pertinho:

"Coitado, foi tão cedo!" "Era tão trabalhador!" "Um homem tão honesto!" "Parece que ele deixou a família amparada, né?" Mais afastado: "Será que a história da outra família é verdade? Coitada da viúva!" "Ouvi dizer que devia até os fundilhos!" "Vai ter festa no escritório!"

E o morto lá, descansando em paz!

Terceira situação:(e última, eu juro!)

Um pobre diabo, sem ter onde cair morto...literalmente, velório feito com dinheiro emprestado por parentes, ou amigos, detalhe...velado em casa, que sai mais barato...a viúva ora chora, ora cuida dos comes e bebes(sim, velório de pobre tem lanchinho, tem rango!), claro, sempre amparada pelas fiéis comadres, que vez ou outra deixam de lado a situação que as trouxe ali, prá falar da outra comadre que foi chifrada pelo FDP do marido, ou da vizinha que dá em cima do SEU marido!

Do lado de fora, a ala masculina, nossa, eles contam causos, contam piadas, falam alto, riem...chega muitas vezes a parecer que se está numa festa! E crianças, muitas crianças, todas livres, leves e soltas...vez ou outra se houve a intervenção indispensável de alguém: "Desce daí moleque! Ó o respeito com o defunto!" ou "Tira a mão daí, seu peste!".

E os comentários, perto ou longe, não importa:

"Esse era safo, deixou duas famílias, gozou até a morte e deixou as duas na miséria!" "Esse era caba macho, vivia com o trêis oitão na cintura, ninguém tirava farinha com ele!" " Esse aí era um safado, morreu devendo seis meses de aluguel!"

E o morto lá, descansando em paz!
Espera aí...eu disse "descansando em paz"? Ah, fala sério!
NEM MORTO!!!!!!

sábado, 10 de março de 2007


A dor da águia

Diz-se que a águia, é capaz de viver por até 70 anos, porém, em determinado momento, tem que fazer uma dura opção: ou morrer, ou passar por momentos dolorosos, para que se complete sua jornada!
Em busca de um recomeço, de uma renovação, ela sacrifica o próprio corpo, e sofre calada e solitária, para enfim, alçar vôo, renovada e pronta para travar novas batalhas!
Somos assim, eu, você, enfim...somos águias, sedentas de vida, de liberdade, capazes de qualquer sacrifício para alcançar o tão sonhado infinito, a tão esperada imensidão azul da nossa parca existência!
Se nossas garras já não nos mantém firmes em nossos propósitos, arrancamo-lhas, tal qual a águia...e esperamos, que as novas garras, venham nascer no seu tempo, mais fortes e mais afiadas ainda, e prontas a arrancar os olhos de qualquer predador que por ventura venha nos impedir de fixar nossa presa!
Se nossas penas, coberta que nos dá calor, que nos mantém a temperatura certa para que possamos transpirar nossos desejos e nossas ambições, já não nos cobrem mais, estão raras e enfraquecidas, arrancamos uma a uma, mergulhados em nosso silêncio mais profundo, e aguardamos pacientemente...até que nasçam outras, mais espessas, mais belas, mais fortes, capazes de nos levar ao vôo do nosso destino!
Porém, a vida não é linear, não segue um rumo constante, e, assim como Ícaro, em seu vôo de liberdade, foi pelo Sol traído,e, derretidas suas asas, o sonho, dele foi tirado, também a pobre águia , em determinado momento, pode de seu destino ser arrancada, e ter em sua jornada, um triste fim com o qual não poderia contar!
E assim seguimos a vida, ou a vida segue, emfim...não importa!
Importa é compreender, ou pelo menos buscar crer, que, independente do fim dessa jornada, vale à pena sonhar, lutar, e sempre, sempre: VIVER!


MAIS UM DIA

Me agrada... pensar neste dia
como mais uma página que irei escrever...

Me encanta... pensar no mistério
nas surpresas, na espera do encontro...

Me inspira... pensar em você...
fazendo parte desta história e me enchendo do teu riso...

Me excita... imaginar tua voz
o toque da tua pele, teu cheiro,teu corpo...

Me sublima... imaginar você dentro de mim
Nossos corpos entrelaçados, num só pulsar
me enchendo de gozo e do teu perfume!



O meu amor

Estou apaixonada! Amo o perfume da noite, que me traz o sono e o descanso tão esperados...
Amo a manhã que nasce, queimando meus olhos com o brilho do sol,
e me fazendo lembrar que é preciso do dia,
para que chegue a noite tão desejada pelos amantes...

Amo o barulho dos pássaros cantando e saudando este dia,
Amo o som de crianças brincando, correndo, zoando, como se a vida fosse um imenso carrossel...
Amo o cheiro de comida fresca, de almoço em família, de fim de semana, de casa cheia...
Amo estar viva, afinal!

Amo sentir meu coração pulsar a cada surpresa, a cada destempero, a cada espera...
Amo sentir o calor que emana de mim, quando penso no tão desejado amor...
Amo imaginar seu contorno, sua cor, seu cheiro...
E o amo, acima de tudo, antes mesmo de conhecê-lo.

Não, eu não estou apaixonada, afinal!
Eu sou apaixonada, nasci assim, apaixonada pela vida e pelo meu amor!
Ainda incógnito, obscuro, inalcansável, mas para sempre amado!


Simplismente Mulher


“...As fogueiras acesas no séc.XVI, para suprimir as bruxas, não foram totalmente extintas...continuam ardendo, a fogo lento até hoje!”

A história da cultura humana é a invenção da defesa contra a natureza feminina. A mulher tinha o poder da cura, dominava os mistérios dos unguentos e poções.Era o único animal capaz de sangrar por dias, e assim, tornar-se ainda mais forte.E foi chamada de Bruxa!

O racionalismo e o pensamento “moderno”, transformaram a natureza feminina, apropriando-se dos seus segredos e tornando-a inferior e deficiente, tanto moral quanto intelectualmente.Considerada pérfida e vingativa, e capaz de lançar mão da arte da sedução para alcançar seus objetivos, foi banalizada e taxada de fútil e incapaz.E foi reduzida a mero objeto do prazer!
Veio o capitalismo, o SER até então temido, passou a ser domesticado.A magia do útero, passou a ser obrigação feminina, e o confinamento ao espaço doméstico, a Vitória, o controle social sobre as mulheres!E as Bellas Donnas foram chamadas simplesmente de Donas de casa, ou mães de família.
Voltar a viver, disputar o poder, tomar decisões, reapropriar-se da fala, reconhecer-se e ser reconhecida, tornou-se necessário!Elas se tornaram Feministas.
Hoje, temos o dom da vida, curamos, sangramos, nos tornamos mais fortes, somos mães, amantes, doutoras, lutamos, vencemos, somos vencidas, sorrimos, choramos!
E somos simplesmente: Mulheres!

“A mulher é um ser de paixões e emoções, comandada por seu útero!”