Somos assim: somos o que pensamos, o que sentimos...e somos acima de tudo, aquilo em que acreditamos!
Nossos ídolos são nossos espelhos...refletem nossa alma, e nos levam ao encontro de nossos desejos, nossos sonhos, nossas fantasias, nosso eu mais profundo...e nos tornam muitas vezes mais fortes, porque acreditamos neles!
Somos assim: sedentos por nos apaixonar, por acreditar, por nos sentir vivos...e é isso que nos torna seres tão incrivelmente sedutores e apaixonantes!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sensações

Ouço vozes espalhadas por minhas veias, pressinto diversos odores. Pulsam dentro de mim os mais variados sons. O vento assovia uma canção, dura, seca, um grito talvez desesperado de quem vê o que não é visível.
Na rua sem vida, vidas que se cruzam nas idas e vindas sem destino certo, seguindo um destino traçado por mãos alheias.

"Meu destino" é um equívoco. Não tracei, não escolhi nem posso me desvencilhar, marcado a ferro no ponto mais inacessível aos meus olhos. Dele nada sei, nem se o é de fato.

Ouço rugido de motores, cheiro o diesel queimado e pútrido de animais inanimados guiados por mãos de animais racionais, irracionados pelo que é inanimado mas rege a ordem da vida animal racionalizada.
Confusão? Conflito de idéias, sangue adulterado pela mistura (i)racional do que é ou não natural e saudável à vida que dizem ser minha.


"Minha vida" também é um equívoco. Não a tenho em minhas mãos, não sou dona de algo sobre o qual não possuo pleno controle, como me veio, pode me ser tirada. No máximo me foi gentilmente cedida, e do uso que faço dela depende se segue ou expira.


E EU sigo sem certezas, repleta de marcas, de vincos, de interrogações e falsas prerrogativas que me concedem intencionalmente a fim de que eu me sinta metaforicamente dona do próprio nariz. Este sim é meu. No sentido mais exato e real. Posso mandar arrancar, ou ornar-lhe com pingentes. E metê-lo onde bem entender. Ou simplesmente respeitá-lo como um bem único e intransferível, e deixar que me ajude a descobrir aromas e sensações que me façam sentir viva e dona de mim mesma. Mesmo que eu não o seja.
Já estou humanamente habituada à ilusão.

A crueldade do que é real fere mortalmente o SER humano.