Somos assim: somos o que pensamos, o que sentimos...e somos acima de tudo, aquilo em que acreditamos!
Nossos ídolos são nossos espelhos...refletem nossa alma, e nos levam ao encontro de nossos desejos, nossos sonhos, nossas fantasias, nosso eu mais profundo...e nos tornam muitas vezes mais fortes, porque acreditamos neles!
Somos assim: sedentos por nos apaixonar, por acreditar, por nos sentir vivos...e é isso que nos torna seres tão incrivelmente sedutores e apaixonantes!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Dia da consciência branca


Da minha terra saí
para da tua cuidar
e dela só consegui
o leito prá me deitar

Corpo dolorido
sangue escorrido
nas chibatas e no tronco
no duro castigo

Sangrei por nada
sangrei por tudo
e com o vermelho do meu sangue
escreveste sua históri
ae ganhaste a sua glória.

Fui o burro de carga
fui a negra da senzala
fui a ama de leite
fui a amante indolente
fui o negro fujão
fui o capacho, o estorvo
fui o liberto abusado
só não fui nunca gente
muito menos respeitado.

A honra e a dignidade
à força foram resgatadas
Por Zumbi, negro bendito
um líder do negro sofrido.

Hoje tenho a certeza
meu sangue não tem nobreza
mas corre nas minhas veias
o mesmo vermelho vivo
que tantas vezes limpei
nas regras e curativos
do branco ingrato e altivo.

De nada vale o orgulho
a arrogância o esnobismo
na hora da dor e da morte
não temos cor nem valia
somos pequenos e pobres
incapazes e sem valentia.
O pó de que fomos feitos
na vala profunda um dia
será a coberta do leito
donde encerra nossa agonia.
Imagem: Café - Cândido Portinari







2 comentários:

BLOG DO ZÉ ROBERTO disse...

Belissimo trabalho Monica. seus versos retratam muito bem esse dia da consciência que é realmente branca e eu diria de todos nós. Belo, amei!!! Beijão!

Anônimo disse...

Mônica, deixa eu ir me apresentando: Sou o Ricardo da Nova Coletânia.
Parabéns!!!
Gostei daqui.
Beijos, flores e estrelas querida.