Somos assim: somos o que pensamos, o que sentimos...e somos acima de tudo, aquilo em que acreditamos!
Nossos ídolos são nossos espelhos...refletem nossa alma, e nos levam ao encontro de nossos desejos, nossos sonhos, nossas fantasias, nosso eu mais profundo...e nos tornam muitas vezes mais fortes, porque acreditamos neles!
Somos assim: sedentos por nos apaixonar, por acreditar, por nos sentir vivos...e é isso que nos torna seres tão incrivelmente sedutores e apaixonantes!

domingo, 14 de setembro de 2008

Filosofando


Acredito no saber nato

na intuição, no tato
na lida com o homem
ser complexo
por vezes desconexo
ora apaixonante
ora repugnante
controverso
Acredito no amor bruto
in natura, essencial
do seio materno
ao amor carnal
sentimento visceral
ora redentor
ora destruidor
mas sempre vital
Acredito no homem
ser iluminado
por Deus criado
inquieto
incompleto
inconsistente
imperfeito
obra inacabada
mero conceito
em busca do tudo
ou do nada
que o transforme
que o complete
que o faça perfeito
ou quase.
Acredito na vida
e por acreditar
existo...mais que isso
insisto...em
simplesmente
Ser.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Passarinhando (ou Quintaneando)

Foto: Dulce Helfer


O tempo é escasso e as horas são vazias

há tanto o que fazer...e o tempo passa
O tempo é escasso e as horas são vazias

As areias da ampulheta escorrem aos olhos

O tudo se amontoa...e o tempo voa
nas horas vazias o nada me impregna
O tempo é escasso e as horas são vazias

Os ponteiros do relógio nunca param

Há tanto o que fazer...e o tempo passa
Sinto-me cheia, plena, abarrotada...do nada
O tempo é escasso...mas as horas...
as horas são tão vazias!

A vida urge, o mundo urge, o amor urge!

Tanto, tanto a fazer...e o tempo...passa...
E as horas são vazias...e o tempo é escasso...
e a areia escorre...e o nada se amontoa
e eu me sinto cheia...de tudo e de nada!

Mas a vida urge...
E o tempo voa...
E o nada, e o tudo, e as horas

Passam!

Eu...passarinho!

O peso do mundo II



Garimpo em meio a escombros

pedaços, restos, marcas, rastros
do que um dia foi, pros ombros
cansados...fardo pesado, infausto!

Tirei dos ombros o peso do mundo
fiz-me de rogada, deixei-me largada
rolou e desmanchou-se...submundo
abaixo de mim...alívio, alma lavada!

Mas levou-me a bancarrota...arrancou
de mim pedaços...partes de pouca monta
supunha na insana conta...nada restou
a não ser a falta absurda, que afronta.

O que busco nos escombros? Não sei.
Há muito que nada sei...desde que dei
de ombros ao mundo...deixando ruir assim
com ele, partes...parcas partes de mim.

Nos teus braços



Suavemente adormeço...incólume, serena

envolta numa querência tanta...tamanha
que não há dragões de fogo, ou gladiadores
nem monstros marinhos, ou desamores
capazes de perturbar uma paz tão plena!

Sinto-me protegida...por teus braços enlaçada
livre de todo perigo...distante de todo temor
presa no teu abrigo...liberta por teu amor!

Ah! Este abraço bendito!
Grilhão em flores forjado...calabouço tão desejado!
Prisão que me torna livre...nos braços do meu amado!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Como dois querubins


Hoje os meus olhos cruzaram mar
desbravaram um oceano sem fim
fitaram o azul dos olhos teus
que colhiam estrelas no céu
para enfeitar o meu jardim!

Ofertou-me os teus jasmins
num ramalhete de puro lume
flertou comigo, cobriu-me
entrelaçou-me em teus braços
banhou-me do teu perfume!

Feito dois querubins incólumes
adormecemos à maresia
nus dos nossos pecados
pelo nosso amor banhados
abençoados pelo novo dia!