Somos assim: somos o que pensamos, o que sentimos...e somos acima de tudo, aquilo em que acreditamos!
Nossos ídolos são nossos espelhos...refletem nossa alma, e nos levam ao encontro de nossos desejos, nossos sonhos, nossas fantasias, nosso eu mais profundo...e nos tornam muitas vezes mais fortes, porque acreditamos neles!
Somos assim: sedentos por nos apaixonar, por acreditar, por nos sentir vivos...e é isso que nos torna seres tão incrivelmente sedutores e apaixonantes!

domingo, 5 de agosto de 2007


Confidência do Itabirano

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!

Um comentário:

BLOG DO ZÉ ROBERTO disse...

Grande Drummond, outro imortal de nossas letras, de nossas artes, de nossas poesias. Belíssimos versos. Eu conheço Irabira de minhas andanças com shows e pude constatar o que ele narra em seus versos. De Itabira sai o Trem da Companhia Vale do Rio Doce levando minério de ferro até o porto de Vitória no ES. A cidade vive em função do minério, como aliás muitas cidades mineiras e nosso Poeta soube como cpatar a essência dessa cidade e daquilo que viveu lá. Lembranças, doces lembranças estampadas em um quadro na parede...