Somos assim: somos o que pensamos, o que sentimos...e somos acima de tudo, aquilo em que acreditamos!
Nossos ídolos são nossos espelhos...refletem nossa alma, e nos levam ao encontro de nossos desejos, nossos sonhos, nossas fantasias, nosso eu mais profundo...e nos tornam muitas vezes mais fortes, porque acreditamos neles!
Somos assim: sedentos por nos apaixonar, por acreditar, por nos sentir vivos...e é isso que nos torna seres tão incrivelmente sedutores e apaixonantes!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A menina dos meus olhos



A menina dos meus olhos,

tem nos seus, os olhos meus

tem na cor, do cinza ao púrpura,

explendor,pavor,beleza,

ódio, amor e dor,

tristeza,

tristeza

e tristeza.

Tem a certeza da vida,

tem esperanças perdidas,

tem um quê de moça triste,

de anciã já cansada,

de mulher mal amada,

de donzela apaixonada.

Tem nos seios maltratados,

uma fonte de pecados,

uma jazida de sonhos,

sonhos de filhos amados.

A menina dos meus olhos,

me deu abrigo e sustento,

acalantou meus desejos,

me fez mulher sem destino,

me fez Maria sem tino,

me encantou com seus beijos,

abraços desajeitados,

e carinhos mal acabados.

A menina dos meus olhos,

se perde em curvas e trilhos,

suas ruas empipocadas,

suas crias apressadas,

travessas e ladeiras,

morros e ribanceiras,

paulicéias desvairadas.

A menina dos meus olhos,

se perde em suas alcunhas,

já foi terra da garoa,

para muitos prometida,

hoje é Sampa, numa boa,

ou simplesmente São Paulo,

São Paulo de arranhacéus,

São Paulo de muitos céus,

São Paulo, de Zés, de Raimundos,

São Paulo, sempre São Paulo,

tantas vidas, tantos mundos,

São Paulo sem fronteiras,

de rios e corredeiras,

para mim apenas menina,

menina desajeitada,

menina que se perdeu,

menina amada, odiada,

menina dos olhos meus.

Entre Pagus e Joanas, Evitas, Marias e Anas, sou apenas Eu, perdida ou achada, redimida ou condenada, dona de mim e mais nada.


Pagu
Maria Rita Rita Lee / Zélia Duncan

Mexo, remexo na inquisição.

Só quem já morreu na fogueira,

sabe o que é ser carvão.

Eu sou pau pra toda obra,

Deus dá asas à minha cobra.

Minha força não é bruta,

não sou freira nem sou puta.


Nem toda feiticeira é corcunda,

nem toda brasileira é bunda.

Meu peito não é de silicone,

sou mais macho que muito homem.


Sou rainha do meu tanque,

sou pagu indignada no palanque.

Fama de porra-louca, tudo bem,

minha mãe é Maria ninguém.


Não sou atriz, modelo, dançarina.

Meu buraco é mais em cima.