SEM PALAVRAS
As palavras, assim como a água, em dias de seca, parecem por vezes, esvair-se da mente, parecem correr, descer corredeiras a fio, fugindo sem rumo nem tino, buscando talvez um vazio, onde possam descansar em paz, longe do tempo e do espaço, da coerência, da métrica, da prudência, divina ou não, da prisão que as ordena, fazendo dar sentido aos sentidos da razão!
Hoje elas estão assim, confusas, desordenadas, fazendo festa profana no templo da minha razão...fazendo zoeira, mafuá, ziquizira, muvuca, me pondo em polvorosa...me levando a recorrer aos sábios de plantão...Valei-me santa Cora, salvai-me da escuridão, da falta das letras, do silêncio da razão!
As palavras, assim como a água, em dias de seca, parecem por vezes, esvair-se da mente, parecem correr, descer corredeiras a fio, fugindo sem rumo nem tino, buscando talvez um vazio, onde possam descansar em paz, longe do tempo e do espaço, da coerência, da métrica, da prudência, divina ou não, da prisão que as ordena, fazendo dar sentido aos sentidos da razão!
Hoje elas estão assim, confusas, desordenadas, fazendo festa profana no templo da minha razão...fazendo zoeira, mafuá, ziquizira, muvuca, me pondo em polvorosa...me levando a recorrer aos sábios de plantão...Valei-me santa Cora, salvai-me da escuridão, da falta das letras, do silêncio da razão!
Aninha e suas pedras
Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha um poema.
E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.
Cora Coralina (Outubro, 1981)
Cora Coralina (Outubro, 1981)